Então fiz o Magistério e assumi minha primeira turma na educação infantil. Depois tornei-me pedagoga, professora do Ensino Fundamental e Coordenadora de algumas escolas particulares. Criei minha própria escola em 1999, a Companhia do Ensino, uma escola de ensino fundamental 1 e 2, que funcionou por quase 10 anos. Hoje sou professora da pós graduação em cursos de Neurociências e educação no IESLA e na Nova Faculdade.
Nesse percurso, contribuí com a capacitação de muitos professores nas escolas onde trabalhei e sempre tive a preocupação de que a docência fosse alicerçada pelos autores que valorizavam uma educação centrada no aluno. E, assim, metodologias que utilizavam jogos sempre estiveram entre as mais valorizadas nas salas de aula desses professores. Mas, como eu sempre tive a necessidade de entender como as crianças aprendem, utilizar os jogos nas salas de aula não bastava. Eu queria saber se realmente os jogos contribuíam para melhorar a aprendizagem e como isso acontecia. Foi então que realizei a Especialização em Neurociências e depois o Mestrado, no Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. Minha pesquisa foi sobre o impacto dos jogos de tabuleiro nas Funções Executivas e no desempenho escolar. Aí veio a surpresa! Havia muita coisa sobre a aprendizagem que eu não havia aprendido no curso de Pedagogia, nem nas leituras que eu fazia, porque não levavam em consideração o funcionamento do cérebro dos alunos.
Encantada com tanta descoberta e a caminho do doutorado, senti uma inquietação dentro de mim: eu precisava contar tudo aquilo que eu havia aprendido nesses 3 anos, estudando sobre o funcionamento do cérebro, aos professores. Eu sabia que, como eu, a maioria estava trabalhando sem esses conhecimentos e isso era inadmissível. Ensinar sem saber como o cérebro funciona é o mesmo que ser cardiologista sem saber como o coração funciona, o que faz bem a ele e o que atrapalha o seu funcionamento. Sem entender como o cérebro dos nossos alunos funciona perdemos a chance de ensinar melhor, de maneira mais fácil e mais eficaz. E é lamentável que a maioria dos cursos de Pedagogia e das licenciaturas ainda negligenciem esse conhecimento na formação de professores. Foi, então, que tomei uma das decisões mais importantes da minha vida: abdiquei do meu doutorado e iniciei minha jornada para levar esse conhecimento aos professores.
Todos os dias leio muito, estudo muito e tudo que aprendo me dá uma vontade enorme de contar para você porque sei que estas coisas que venho aprendendo diariamente com as pesquisas em Neurociências podem ajudar você a realizar muito mais na sua missão de ensinar.
E essa vontade de compartilhar tanta coisa com você é a energia que me faz levantar a cada manhã e criar conteúdo gratuito no YouTube, Facebook e Instagram. Mas sinto que poderia fazer mais. E vou fazer! Quero contribuir de forma mais efetiva para que você se torne um professor, ou uma professora, melhor. Que alcance seus objetivos como educador de maneira mais eficaz e menos sofrida. Sim, sei que não é fácil a nossa profissão, ainda mais que nossa formação deixa a desejar na graduação, tanto nos cursos de Pedagogia como nas licenciaturas.
E por isso criei Neurociência na Escola. Esse espaço virtual de formação de professores para suprir, pelo menos em parte, as deficiências da graduação. Aqui você vai aprender aquilo que não te ensinaram lá sobre como o cérebro aprende e como utilizar esses conhecimentos para adotar estratégias mais adequadas ao modo como ele funciona.